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segunda-feira, 20 de junho de 2016

SEM PARTIDO E SEM SENSO CRÍTICO


Quando eu vejo as pessoas falando hoje sobre escolas sem partidos, eu me lembro das manifestações lá de 2013 quando começaram a barrar naquelas mobilizações, os "tradicionais" manifestantes de esquerda aos gritos de "SEM PARTIDO".

Não sou entusiasta partidarista (apesar de ter uma identificação partidária), mas negar o papel da esquerda mobilizada (em forma de partidos ou não) no processo histórico de lutas populares é minimamente sem nexo, ainda mais se lembrarmos que os coxinhas-trouxinhas-escondidinhos sempre marginalizaram (no sentido se chamar de marginais mesmo) essas lutas populares realizadas pela esquerda.

Bem, hoje, muito por conta dos áudios do Romero Jucá, que deixaram escancaradas a finalidade do impedimento (estancar a sangria da Lava Jato) os próprios "sem partido", já notaram algo que os velhos e calejados manifestantes de esquerda já haviam notado... que os fantasiados de jogadores da seleção estavam sendo usados como massa de manobra para cessar justamente com aquilo que queriam que tivesse prosseguimento (as investigações).

Mesmo assim, o discurso de "sem partido" continua, só que agora para além das manifestações amarelinhas "apartidárias", fomentadas pelos MBLs da vida e financiados pelos partidos que mais possuem políticos barrados pela Lei da Ficha Limpa.

Essa "ideologia" sem partido das manifestações paneleiras, claramente também eram desprovidas de senso crítico e analítico, uma vez que não conseguiam enxergar nada mais além do que era noticiado no PIG, mesmo assim prevalece a ideia de que a escola sem partido e a melhor solução para a educação brasileira que "sofre" com "ataques" de professores "comunistas" (hehe). Mas fica a questão: A solução para a educação passa por deixar nossos alunos sem senso crítico? Sem questionar as notícias da TV, jornais e mais recentemente em memes "ultra informativos" e de fontes "confiabilíssimas" das redes sociais? A solução é deixá-los sem saber ler minimamente os fenômenos sociais e entender a correlação entre eles? É mais fácil então deixar que um aluno acredite nas ideias do senso comum da direita, que consegue imaginar soluções simplórias, rápidas, mágicas e milagrosas para problemas sociais complexos? A solução é ser SEM PARTIDO e SEM SENSO CRÍTICO então?

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Reforma Pereira Passos

Tal como na Reforma Pereira Passos, ainda hoje o capital exerce grande força nas tomadas de decisões quanto ao reformulação do espaço urbano, vê-se essa tendência no caso recente da Vila Autódromo, que sofreu intervenção para dar espaço para obras das Olimpíadas.  


sexta-feira, 18 de março de 2016

Análise crítica de dois gráficos diferentes sobre assuntos complementares.

Como prometido em sala de aula procurei gráficos que falasse sobre a questão agrária no Brasil.

Achei dois gráficos da nossa história recente que podem ser muito didático do ponto de vista de que como um dado isolado não se caracteriza como uma informação mas abrangente sobre o fenômeno estudado.

Vamos ao primeiro gráfico (clique na imagem para ampliar):

Fonte: http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,2013-tem-desapropriacao-zero-no-campo-ate-agora-imp-,1082906

Nesse primeiro gráfico temos a quantidade de terras desapropriadas em cada um dos governos democráticos até 2013. Nele temos o dado de que o governo FHC foi o que mais desapropriou terras para promover a reforma ágrária, isso dá a sensação de que o governo FHC foi mais eficaz em promover assentamentos do que todos os outros governos democráticos juntos.

Agora vejamos o segundo gráfico (clique na imagem para ampliar):

Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/03/dilma-assentou-menos-familias-que-lula-e-fhc-meta-e-120-mil-ate-2018.html


Já nesse segundo gráfico temos não a quantidade de terras desapropriadas, mas sim a quantidade de famílias assentadas nos últimos 5 governos.

Analisando os dois gráficos, percebemos que no governo FHC houve uma quantidade MAIOR de DESAPROPRIAÇÕES de terras do que no governo Lula (gráfico 1).

Então qual pode ser a causa de haver uma MENOR quantidade de FAMÍLIAS ASSENTADAS durante o governo FHC (gráfico 2)?

Uma possível resposta é o tamanho das terras desapropriadas, ou seja, a tendência é de que FHC desapropriou terras de "pequeno" porte, que por seu tamanho "reduzido" assentaria uma quantidade menor de famílias.

Enquanto isso, mesmo tendo uma quantidade MENOR de DESAPROPRIAÇÕES do que FHC, Lula conseguiu assentar uma quantidade MAIOR FAMÍLIAS, nessas terras, possivelmente por ter desapropriado terras mais extensas.