A Educação Ambiental na 4ª Conferência de Meio Ambiente de Itaboraí

Nos últimos dias 16 e 17 de Agosto foi realizada no salão de eventos do Vera Gol, a 4ª Conferência do Meio Ambiente de Itaboraí, cujo o tema central eram os resíduos sólidos.

1º Dia da Conferência.

Como sou Relações Públicas da DD.Ita, empresa genuinamente de Itaboraí que atua na prestação de serviços na área ambiental, me cadastrei representando o setor privado e como sou Professor de Geografia escolhi o eixo sobre Educação Ambiental.

Na conferência, a questão que mais chamou a atenção foi a fala de que em Itaboraí não falta verba pra implantar medidas para a melhora do meio ambiente do município, mas faltam projetos para que essas verbas sejam usadas.

Pensando nisso, muitas ideias foram levantadas já no dia da abertura da Conferência, das quais destaco as seguintes:

Foi proposto que a Prefeitura de Itaboraí na figura da Sec. de M.A. venha fomentar, ou propor que o aterro sanitário de Itaboraí fosse transformado em uma usina de compostagem e que houvesse investimento na reciclagem do material levado ao CTR, de forma a reduzir o simples enterro do lixo la depositado.

Ainda ligada a ideia da compostagem, também foi proposto a criação de ortas nas escolas do município, que usariam o lixo orgânico devidamente beneficiado como fertilizante, diminuindo assim os resíduos gerados e descartados pelas mesmas.

Também foi proposto que a Sec. de M.A. fomentasse a criação de cooperativas de coletores de material reciclável espalhados pelos distritos do município, como forma de descentralizar e facilitar a coleta do resíduo.

Para facilitar e viabilizar a coleta seletiva foi proposto que houvesse a instalação de lixeiras de coleta seletiva em todas as repartições públicas do município, bem como a criação de um programa para conscientizar empresários e condomínios a aderirem a coleta seletiva e fazer o link entre os mesmos e as cooperativas de coletores de material reciclável.

Outra proposta foi a de realizar em Itaboraí um levantamento das empresas ligadas ao M.A. e convidá-las a realizar apresentações na rede municipal de suas realizações em ações que beneficiam tanto o M.A. quanto  a população do município, como forma de criar a cultura na cidade de que a preservação do M.A. também pode ser revertido em um benefício de geração de emprego e renda.

Foi também aventada a possibilidade de se realizar alterações nas estruturas das repartições públicas do município de forma a se realizar o reúso da água da chuva para ser usada nos sanitários.

A substituição da iluminação pública existente por postes que usassem  energia eólica, juntamente som a solar e a elétrica.

Foi levantado também a necessidade de se buscar parcerias com as universidades, uma vez que é forte o movimento acadêmico que pesquisa tanto a cidade de Itaboraí, quanto o impacto gerado pelo COMPERJ nos municípios formadores do CONLESTE.

A proposta mais polêmica foi a de criar a chamada Choque de Desordem Urbana, já implantada na cidade do Rio, porém, a mesma foi rechaçada uma vez que pune e não educa a população.

2º Dia da Conferência

No início dos trabalhos do segundo dia da Conferência fui eleito pelos participantes do eixo como o Delegado da temática da Educação Ambiental.

Feito isso, partimos para a confecção das diretrizes de forma elaborada para serem executadas a nível municipal e serem levadas e apreciadas para a Conferência Estadual cm o intuito de que as mesmas façam parte das diretrizes a nível estadual.

As propostas formalizadas e selecionadas foram as seguintes:

Na esfera municipal:

MUNICIPAL

Criar um Portal de informações que visa tornar transparente as   compensações ambientais das empresas instaladas no Município e fiscalizadas pela Prefeitura, para assim centralizar essas informações, de forma que a sociedade possa acompanhar as ações ambientais promovidas no Município.

Trabalhar com transversalidade da educação ambiental, com a metodologia Paulo Freire de que jovem educa jovem, fortalecendo a parceria escola universidade com oficinas de conhecimento, entrando bimestralmente no plano de ensino das escolas, promovendo feiras, congressos e palestras.

Criar Escola modelo, legalmente sustentável e economicamente viável. Promovendo a conscientização da sociedade e todo o corpo docente e discente com o objetivo de tornar a escola auto-sustentável. Implementando na Instituição mecanismos (biodigestor anaeróbico) que facilitem a redução de resíduos sólidos e reaproveitando os mesmos através da utilização como adubo no plantio das hortaliças que serão consumidas pela própria instituição.

Realizar efetiva coleta seletiva de lixo, através de unidades móveis. Em parceria com Ongs, Cooperativas, Empresas Privadas e o Órgão Público. Gerando emprego e a conscientização da sociedade como um todo.

Promover cursos de técnicas artesanais com resíduos sólidos, para assim gerar empregos em parcerias com órgãos públicos, na captação dos mesmos. Ex: Vassouras produzidas com garrafas pets/gari.

Na esfera Estadual:

ESTADUAL

Fomentar parcerias das escolas estaduais, com o INEA, Universidades e empresas privadas, para que estes venham a desempenhar palestras, com objetivo de trazer informações no que tange a educação ambiental.

Consolidar parcerias entre Governo, ONGs e sociedade para viabilizar a coleta seletiva e geração de empregos.

Implementar cursos técnicos em meio ambiente, no ensino médio das escolas públicas estaduais.

Promover práticas ambientais como medidas sócio educativas para infratores penais.

Fomentar parceria entre empresas, ONGs e escolas técnicas, para geração de estágios e empregos.

Agora que é tornado público as propostas do Eixo da Educação e Meio Ambiente temos uma ferramenta para acompanharmos o andamento da execução das propostas.

No mais, proveito para parabenizar a Janaina Barreto, companheira de lutas da CEAI que foi eleita para representar Itaboraí como Delegada na Conferência Estadual.